Fabaceae

Leptolobium dasycarpum Vogel

Como citar:

Gláucia Crispim Ferreira; Mário Gomes. 2020. Leptolobium dasycarpum (Fabaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

LC

EOO:

3.683.087,126 Km2

AOO:

1.996,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Detalhes:

A espécie não é endêmica do Brasil (Rodrigues, 2020). No Brasil, apresenta distribuição: no estado da Bahia — nos municípios Andaraí, Barra, Barra da Estiva, Barreiras, Caetité, Cordeiros, Correntina, Érico Cardoso, Feira da Mata, Formosa do Rio Preto, Itaête, Jequié, Licínio de Almeida, Luis Eduardo Magalhaes, Luis Eduardo Magalhães, Luís Eduardo Magalhães, Morpará, Mucugê, Piata, Piatã, Riachão das Neves, Rio de Contas, Santa Maria da Vitória, São Desidério, Saúde, Senhor do Bonfim e Vitória da Conquista —, no estado do Ceará — nos municípios Aquiraz, Barbalha, Cascavel, Caucaia, Crato, Eusébio, Fortaleza, Jardim, Maranguape, Santana do Cariri, São Gonçalo do Amarante e Viçosa do Ceará —, no Distrito Federal — nos municípios Brasilia, Brasília, Distrito Federal, Planaltina e Sobradinho —, no estado de Goiás — nos municípios Alto Paraíso, Alto Paraíso de Goiás, Alvorada do Norte, Aragarças, Bom Jesus de Goiás, Cachoeira Dourada, Caçu, Caiapônia, Caldas Novas, Campinorte, Campos Belos, Catalão, Cavalcante, Cocalzinho de Goiás, Colinas do Sul, Corumbá de Goiás, Corumbá  de Goiás, Cristalina, Edéia, Formosa, Goianésia, Goiânia, Goiás, Ipameri, Itumbiara, Jandaia, Jataí, Luziania, Luziânia, Mambaí, Minaçu, Minaçú, Monte Alegre de Goiás, Morrinhos, Niquelandia, Niquelândia, Nova Iguaçu de Goiás, Nova Roma, Padre Bernardo, Piracanjuba, Pirenópolis, Pirinópolis, Posse, Rio Verde, Santa Isabel, São Domingos, São João d'Aliança, Serranópolis, Simolândia, Teresina de Goiás, Terezina de Goiás, Uruacu, Uruaçu e Vila Propício —, no estado do Maranhão — nos municípios Alto Parnaíba, Balsas, Carolina, Caxias, Mirador, Santa Quitéria do Maranhão, Sítio Novo, Timon e Tuntum —, Mato Gosso — no município Cáceres —, no estado do Mato Grosso — nos municípios Barão de Melgaço, Barra do Garças, Cáceres, Chapada dos Guimarães, Cocalinho, Cuiabá, Diamantino, Itiquira, Nova Bandeirantes, Nova Xavantina, Poconé, Ponte Branca, Primavera do Leste, Ribeirão Cascalheira, Rosário Oeste, Santa Cruz do Xingu, Santo Antônio do Leverger, São Félix do Araguaia e Vila Bela de Santíssima Trindade —, no estado do Mato Grosso do Sul — nos municípios Aquidauana, Bandeirantes, Campo Grande, Cassilândia, Corumbá, Costa Rica, Coxim, Dois Irmãos do Buriti, Jaraguari, Paranaíba, Porto Murtinho, Rio Negro, Rochedo, Selvíria, Tres Lagoas e Três Lagoas —, no estado de Minas Gerais — nos municípios Alpinópolis, Araguari, Barroso, Belo Horizonte, Berilo, Betim, Bom Despacho, Brasilândia de Minas, Brasília de Minas, Brumadinho, Buenópolis, Caeté, Campina Verde, Campo Florido, Capitólio, Carbonita, Carmo do Rio Claro, Carrancas, Catuti, Chapada Gaúcha, Contagem, Corinto, Coromandel, Cristália, Curvelo, Datas, Delfinópolis, Diamantina, Entre Rios de Minas, Estrela do Sul, Felixlândia, Formoso, Francisco Sá, Gouveia, Grao Mogol, Grão Mogol, Guapé, Ingaí, Itabirito, Itacambira, Ituiutaba, Itumirim, Itutinga, Jaboticatubas, Januária, Janúaria, Jequitaí, Joaquim Felicio, Joaquim Felício, Juramento, Lagamar, Lagoa Santa, Lavras, Luminárias, Matozinhos, Moeda, Monte Alegre de Minas, Montes Claros, Montezuma, Nova Ponte, Novo Cruzeiro, Ouro Preto, Paracatu, Paracatú, Paraopeba, Patrocinio, Patrocínio, Pedro Leopoldo, Perdizes, Pirapora, Prata, Riacho dos Machados, Rio Acima, Rio Manso, Rio Pardo de Minas, Salinas, Santa Luzia, Santana de Pirapama, Santana do Riacho, São Gonçalo do Abaeté, São Gonçalo do Rio Preto, São João da Ponte, São João Del-Rei, São José da Barra, São Roque de Minas, Serro, Sete Lagoas, Taiobeiras, Tiradentes, Três Corações, Três Marias, Uberaba, Uberlandia, Uberlândia, Unai, Unaí, Várzea da Palma, Vazante e Volta Grande —, no estado do Piauí — nos municípios Alvorada do Gurguéia, Baixa Grande do Ribeiro, Brasileira, Gilbués, Jerumenha, Piracuruca, Ribeiro Gonçalves e Uruçuí —, no estado de Rondônia — no município Vilhena —, no estado de São Paulo — nos municípios Aguai, Américo Brasiliense, Araraquara, Araras, Botucatu, Buritizal, Cajuru, Casa Branca, Corumbataí, Igarapava, Ilha Solteira, Itararé, Itirapina, Jeriquara, Mogi Guaçu, Mogi Mirim, Moji-Guaçu, Pedregulho, Pirassununga, Porto Ferreira, Pratânia, Ribeirão Preto, Santa Fé do Sul, São Carlos, São José do Rio Preto, São Paulo, Suzanápolis, Tambaú e Valentim Gentil —, e no estado do Tocantins — nos municípios Formoso do Araguaia, Gurupi, Itacaja, Itacajá , Lajeado, Mateiros, Palmas, Palmeiropolis, Parana, Ponte Alta do Tocantins e Sao Salvador do Tocantins.

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2020
Avaliador: Gláucia Crispim Ferreira
Revisor: Mário Gomes
Categoria: LC
Justificativa:

Árvore não endêmica do Brasil (Rodrigues, 2020). Popularmente conhecida por amargozinho no centro-oeste e perobinha no sudeste do Brasil, foi coletada em Campo Rupestre e Cerrado (lato sensu) associadas a Amazônia e Cerrado nos estados da Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso Do Sul, Minas Gerais, Piauí, Rondônia, São Paulo e Tocantins. Apresenta distribuição ampla, constante presença em herbários, inclusive com coleta recente, e ocorrência confirmada dentro dos limites de Unidades de Conservação de proteção integral e em áreas onde ainda predominam na paisagem extensões significativas de ecossistemas florestais em estado prístino de conservação. A espécie ocorre em múltiplas fitofisionomias e em distintos domínios fitogeográficos de forma ocasional na maior parte das localidades em que foi registrada. Adicionalmente, não existem dados sobre tendências populacionais que atestem para potenciais reduções no número de indivíduos maduros, além de não serem descritos usos potenciais ou efetivos que comprometam sua perpetuação na natureza. Assim, foi considerada como Menor Preocupação (LC), demandando ações de pesquisa (distribuição, tendências e números populacionais) a fim de se ampliar o conhecimento disponível e garantir sua sobrevivência na natureza.

Último avistamento: 2019
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Desconhecido

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Linnaea 11: 388, 1837. É afim de L. parvifolium e L. elegans, mas difere por pulvínulos menores, tubo do cálice maior, ovário tomentoso e por apresentar brácteas e bractéolas geralmente maiores (Rodrigues e Tozzi, 2012). Popularmente conhecida como amargozinho no centro-oeste e perobinha no sudeste, romã-brava, pau-pratudo, perobinha-de-chapada, unha-de-anta, amargosa e cascudinho (Rodrigues, 2020). As informações da espécie foram validadas pelo especialista através do questionário (Rodrigo Schütz Rodrigues, comunicação pessoal, 2020).

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Longevidade: perennial
Biomas: Amazônia, Cerrado
Vegetação: Campo Rupestre, Cerrado (lato sensu)
Habitats: 2.1 Dry Savanna, 4.5 Subtropical/Tropical Dry Lowland Grassland
Referências:
  1. Rodrigues, R.S., 2020. Leptolobium. Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. URL http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB101103 (acesso em 15 de maio de 2020).

Ameaças (1):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3.3 Agro-industry grazing, ranching or farming habitat past,present,future national very high
A floresta amazônica perdeu 17% de sua cobertura florestal original, 4,7% somente entre 2000 e 2013, principalmente devido à atividades oriundas da pecuária extensiva (Charity et al., 2016). O aumento do desmatamento entre 2002-2004 foi, principalmente, resultado do crescimento do rebanho bovino, que cresceu 11% ao ano de 1997 até o nível de 33 milhões em 2004, incluindo apenas aqueles municípios da Amazônia com florestas de dossel fechado compreendendo pelo menos 50% de sua vegetação nativa (Nepstad et al., 2006). Segundo Nepstad et al. (2006) a indústria pecuária da Amazônia, responsável por mais de dois terços do desmatamento anual, esteve temporariamente fora do mercado internacional devido a presença de febre aftosa na região. Contudo, o status de livre de febre aftosa conferido a uma grande região florestal (1,5 milhão de km²) no sul da Amazônia seja, talvez, a mudança mais importante que fortaleceu o papel dos mercados na promoção da expansão da indústria pecuária na Amazônia (Nepstad et al., 2006). Apesar de sua enorme importância para a conservação de espécies e a prestação de serviços ecossistêmicos, o Cerrado perdeu 88 Mha (46%) de sua cobertura vegetal original, e apenas 19,8% permanecem inalterados. Entre 2002 e 2011, taxas de desmatamento no Cerrado (1% por ano) foram 2,5 vezes maiores do que na Amazônia (Strassburg et al., 2017).
Referências:
  1. Nepstad, D.C., Stickler, C.M., Almeida, O.T., 2006. Globalization of the Amazon Soy and Beef Industries: Opportunities for Conservation. Conserv. Biol. 20, 1595–1603. https://doi.org/10.1111/j.1523-1739.2006.00510.x
  2. Charity, S., Dudley, N., Oliveira, D., Stolton, S., 2016. Living Amazon Report 2016: A regional approach to conservation in the Amazon. WWF Living Amazon Initiative, Brasília and Quito.
  3. Strassburg, B.B.N., Brooks, T., Feltran-Barbieri, R., Iribarrem, A., Crouzeilles, R., Loyola, R., Latawiec, A.E., Oliveira Filho, F.J.B., Scaramuzza, C.A. de M., Scarano, F.R., Soares-Filho, B., Balmford, A., 2017. Moment of truth for the Cerrado hotspot. Nat. Ecol. Evol. 1, 0099. https://doi.org/10.1038/s41559-017-0099

Ações de conservação (4):

Ação Situação
5.1.2 National level needed
A espécie ocorre em territórios que poderão ser contemplados por Planos de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF Pró-Espécies - Todos Contra a Extinção: Território Espinhaço Mineiro - 10 (MG), Território Endêmicas - 11 (MG, BA), Território Cerrado Tocantins - 12 (TO), Território Sacramento - 15 (MG), Território Campinas - 18 (SP), Território Paraná/São Paulo - 19 (SP), Território São Paulo - 20 (SP), Território São João del Rei - 29 (MG), Território Itororó - 35 (BA), Território Chapada Diamantina-Serra da Jibóia - 39 (BA), Território Formosa - 9 (GO, MG).
Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada nas seguintes Unidades de Conservação: Área de Proteção Ambiental Bacia do Rio de Janeiro (US), Área de Proteção Ambiental Bacia do Rio Pandeiros (US), Área de Proteção Ambiental Carste da Lagoa Santa (US), Área de Proteção Ambiental Cavernas do Peruaçu (US), Área de Proteção Ambiental Chapada do Araripe (US), Área de Proteção Ambiental Corumbataí, Botucatu e Tejupá Perímetro Corumbataí (US), Área de Proteção Ambiental da Bacia do Rio São Bartolomeu (US), Área de Proteção Ambiental da Bacia dos Ribeirões do Gama e Cabeça de Veado (US), Área de Proteção Ambiental da Chapada dos Guimarães (US), Área de Proteção Ambiental das Nascentes do Rio Vermelho (US), Área de Proteção Ambiental de Cafuringa (US), Área de Proteção Ambiental do Lago Paranoá (US), Área de Proteção Ambiental do Planalto Central (US), Área de Proteção Ambiental do Rio Pacoti (US), Área de Proteção Ambiental do Rio Preto (US), Área de Proteção Ambiental dos Pireneus (US), Área de Proteção Ambiental Jalapão (US), Área de Proteção Ambiental Morro da Pedreira (US), Área de Proteção Ambiental Piracicaba Juqueri Mirim Área I (US), Área de Proteção Ambiental Pouso Alto (US), Área de Proteção Ambiental Serra da Ibiapaba (US), Área de Proteção Ambiental Serra do Barbado (US), Área de Proteção Ambiental Serra do Lajeado (US), Área de Proteção Ambiental Sul-RMBH (US), Estação Ecológica de Águas Emendadas (PI), Estação Ecológica de Uruçuí-Una (PI), Estação Ecológica do Jardim Botânico (PI), Estacao Ecologica Serra Geral do Tocantins (PI), Floresta Nacional do Araripe-Apodi (US), Monumento Natural Estadual Serra da Moeda (PI), Parque Estadual da Serra do Cabral (PI), Parque Estadual da Serra Dourada (PI), Parque Estadual das Furnas do Bom Jesus (PI), Parque Estadual de Terra Ronca (PI), Parque Estadual do Jalapão (PI), Parque Estadual dos Pirineus (PI), Parque Estadual Rio Preto (PI), Parque Estadual Veredas do Peruaçu (PI), Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (PI), Parque Nacional da Serra da Canastra (PI), Parque Nacional da Serra do Cipó (PI), Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaiba (PI), Parque Nacional de Brasília (PI), Parque Nacional de Sete Cidades (PI), Reserva Biológica da Contagem (PI), Reserva de Desenvolvimento Sustentável Nascentes Geraizeiras (US), Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra das Almas de Rio de Contas (US).
Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora ameaçada de extinção da região de Grão Mogol - Francisco Sá (Pougy et al., 2015).
Referências:
  1. Pougy, N., Martins, E., Verdi, M., Maurenza, D., Loyola, R., Martinelli, G. (Orgs.), 2015. Plano de Ação Nacional para a Conservação da Flora Ameaçada de Extinção da Região de Grão Mogol - Francisco Sá. CNCFlora: Jardim Botânico do Rio de Janeiro: Laboratório de Biogeografia da Conservação: Andrea Jakobsson Estúdio, Rio de Janeiro. 76 p.
Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora ameaçada de extinção da Serra do Espinhaço Meridional (Pougy et al., 2015).
Referências:
  1. Pougy, N., Verdi, M., Martins, E., Loyola, R., Martinelli, G. (Orgs.), 2015. Plano de Ação Nacional para a conservação da flora ameaçada de extinção da Serra do Espinhaço Meridional. CNCFlora: Jardim Botânico do Rio de Janeiro: Laboratório de Biogeografia da Conservação: Andrea Jakobsson Estúdio, Rio de Janeiro. 100 p.

Ações de conservação (3):

Uso Proveniência Recurso
3. Medicine - human and veterinary natural stalk
A casca interna é fortemente amarga, sedativa e levemente soporífica. Também é usado no tratamento da epilepsia. A casca tem propriedades semelhantes às do Leptolobium elegans, mas é mais suave em seus efeitos. A casca interna contém alcalóides, lupeol e um derivado de pirona (Tropical Plants Database, 2020).
Referências:
  1. Tropical Plants Database, 2020. Leptolobium dasycarpum. Ken Fern. tropical.theferns.info. URL tropical.theferns.info/viewtropical.php?id=Leptolobium+dasycarpum (acesso em 15 de maio de 2020).
Uso Proveniência Recurso
11. Other household goods natural stalk
A madeira é usada apenas para fins como fabricação de armários leves, torneamento e fabricação de pequenos itens decorativos (Tropical Plants Database, 2020).
Referências:
  1. Tropical Plants Database, 2020. Leptolobium dasycarpum. Ken Fern. tropical.theferns.info. URL tropical.theferns.info/viewtropical.php?id=Leptolobium+dasycarpum (acesso em 15 de maio de 2020).
Uso Proveniência Recurso
13. Pets/display animals, horticulture natural whole plant
Uma espécie pioneira natural, pode ser usada em esquemas de plantio para restaurar florestas nativas e estabelecer jardins florestais (Tropical Plants Database, 2020).
Referências:
  1. Tropical Plants Database, 2020. Leptolobium dasycarpum. Ken Fern. tropical.theferns.info. URL tropical.theferns.info/viewtropical.php?id=Leptolobium+dasycarpum (acesso em 15 de maio de 2020).